por Danilo EndlerPublicado em 24/03/2017A má gestão da área de embalagens na empresa pode estar causando grandes perdas financeiras. 
Nesta primeira parte vou falar um
pouco como a estrutura de pequenas e médias empresas influenciam nos custos das
embalagens.
Isto não impedirá que se realize
um bom Projeto de Redução de Custos em Embalagem, mas corre-se o risco de, em
poucos meses, todos os ganhos obtidos se perderem.
O gestor da empresa deve, no
mínimo, estar consciente desta situação.
Nos diversos trabalhos que
realizei, algumas frases que ouvi são recorrentes:
- “A embalagem é um mal
necessário ...”
- “Por que temos tantas perdas
com embalagem?”
- “Como reduzir os custos das
minhas embalagens?”
Analisando as empresas, uma
conclusão me veio: essas perguntas continuarão frequentes nos meios
empresariais e a maioria, das pequenas e médias empresas, continuará tendo
perdas significativas com custos diretos e indiretos relacionados à embalagem.
É frequente visitar uma empresa e
de cara perceber um potencial de redução de custos de no mínimo 20 a 30%. E
isto nem sempre está ligado à falta de um profissional para desenvolver as
embalagens, e sim na forma com estas são encaradas dentro da companhia.
O desenvolvimento e administração
das embalagens envolvem várias áreas, desde a confecção da mesma até sua
exposição no Ponto de Vendas. Isto é, sofre uma série de influências internas e
externas, dos desejos de marketing e produção até restrições legais por parte
dos governos.
E aqui está o pulo do gato! É
óbvio, portanto, que a embalagem seja focada de forma sistêmica, isto é,
devemos analisar as influências que uma determinada ação terá em cada uma das
áreas envolvidas no assunto.
Infelizmente não é o que ocorre.
Para exemplificar melhor, cito
uma fábula muçulmana extraída do livro A Quinta Disciplina de Peter Senge: Três
homens cegos encontraram um elefante. “É uma coisa grande e áspera, larga e
ampla, como um tapete”, disse o primeiro, segurando uma das orelhas. O segundo,
segurando a tromba, disse: “Eu sei o que é isso: é um tubo reto e oco”. E o
terceiro, segurando uma perna dianteira, disse: “É solido e firme, como uma
coluna”.
Aparentemente é assim que
encaramos a embalagem dentro das empresas, cada área olhando unicamente para
seus desejos e necessidades, algumas querendo que a mesma seja exclusiva para o
produto, com milhões de cores e informações, outras querendo o mais padronizado
possível e assim por diante. Enfim, todos sem chegar a um termo comum, só
pensando nos benefícios próprios e do setor, sem analisar os resultados para o
sistema, ou seja, a empresa.
Muitas vezes, uma situação ótima
para uma determinada área está provocando desgastes tão grandes em outra, que a
empresa acaba prejudicada como um todo.
E como resolver isso?
Não existe uma fórmula mágica ou
solução única. A solução ideal dependerá de cada empresa, suas políticas e
necessidades.
Algumas ideias possíveis são:
- Definir um profissional de embalagem,
responsável por conciliar o desejo de cada área/setor obtendo a melhor solução
como um todo.
- Criar um comitê multidisciplinar com os membros
das diversas áreas envolvidas e que tenha a função de achar a melhor solução
para todos.
- Contratar um profissional terceirizado e não
ligado a nenhum fornecedor, isento e com experiente em vários materiais e
sistemas de embalagem.
- Um misto de cada solução acima, ou ainda uma
alternativa que seja mais adequada ao perfil da empresa.
Resumindo, cada caso é um caso e
a solução também o será.
Na próxima parte falaremos um
pouco das formas de redução de custos de embalagens nas empresas.